segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Carta para minha amada


Fernanda,

Eu poderia escrever uma série de frases prontas como “eu te amo”; “tu és a amada de minha vida”; “não vivo sem ti”; e tantas outras. Se utilizasse essas frases eu não estaria mentido, ao contrário, estaria sendo verdadeiro e sincero. Mas a verdade é que quero ser mais original do que isso.

Tentarei ser mais original, pois nenhuma destas frases sozinha pode explicar o que sinto por ti. Na verdade, o que há em meu coração e em minha mente é muito mais do que um simples sentimento. Os gregos, “que não sabiam de tudo, mas sabiam de muita coisa”, tinham palavras que diferenciavam as várias faces do amor. Para eles, o amor “sentimento” era denominado de “eros”, já o amor que Deus tem por nós, eles chamavam de “ágape”. A diferença entre um e outro é que o primeiro é um sentimento, representa a paixão e é condicional, ou seja, impõe condição para existir, precisa ser correspondido e, portanto, é passageiro. Já “ágape” não precisa de correspondência, pois, basta-se em si mesmo, não impõe condição e não é um sentimento, “ágape” é um dom, um dom que vem de Deus e, consequentemente, é eterno.

Tu deve estar pensando: “Que chato, queria uma carta de amor!”. Mesmo assim acredito que a explicação acima é muito boa, mas não é completa. Antes de completá-la, preciso escrever mais algumas palavras.

Tenho muitas lembranças fortes e belas sobre nós. Lembro como se fosse hoje do dia em que nos conhecemos. Também lembro vividamente do nosso primeiro beijo. E, claro, antes dele, do dia em que peguei na tua mão, tenho gravado na memória que, quando aproximei tua mão do meu rosto e a beijei, tu levou um susto e sorriu. Valeu a pena.

Mas o que me marcou mesmo, como se eu tivesse sido marcado a ferro, foi o dia de nosso casamento. A carta que tu leste pra mim, puxa, foi muito emocionante. Eu me emociono só de lembrar. Obrigado.

Mas voltando a falar de ti... afinal a carta é pra ti.

Amo quando tu dorme abraçada em mim. Gosto de ouvir a tua respiração enquanto dormes. Amo quando acordo antes de ti e fico te observando, infelizmente nossa “vida corrida” não me permite te observar tanto quanto antes. Mas como gosto de te observar! Às vezes estou te olhando e tu me pergunta: “o que foi”, como se eu precisasse de motivos para te admirar. Tu és bela, tu és linda, tu és formosa. Aos meus olhos tu és a mais bela de todas as mulheres. Sabe aquela frase “Quando Deus te fez jogou a fórmula fora”, pois é... Essa é tu.

Mas tem outra frase que define muito bem o que eu tenho no coração, é a frase que Jack Nicholson disse à Helen Hunt no filme Melhor É Impossível:

“- Você me faz querer ser uma pessoa melhor”.

Acredito que nada pode ser maior do que isso, nada é maior do que alguém que faz os outros desejarem ser pessoas melhores. E era assim com Jesus. Aqueles que estavam próximos a Ele desejavam ser pessoas melhores e, por mais que fracassassem nisso, continuavam tentando, pois amavam seu mestre. E é isso que tenho por ti, não é um sentimento, é muito mais do que isso. Afinal, não quero nada em troca para te amar. O que quero é te amar. Te amar é um fim em si mesmo, não precisa de complementos (que bonito isso). Te amar me faz querer ser uma pessoa melhor.

E, por isso, louvo a Deus todos os dias e sempre vou louvar. Louvá-lo por ter me dado o maior de todos os presentes que alguém poderia desejar ou pedir. Ou seja, que aquilo que eu “sinto” por ti (algo que eu sequer sei como definir) é correspondido. Pois sei que tu “sente” o mesmo por mim.

Sei o que tu estas pensando agora...

Sei que tu tá questionando essas palavras. Que acredita em mim, mas não acredita tanto assim. Sei que deve estar pensando que eu poderia ter sido mais direto. Mas se eu fosse mais direto sobre meus sentimentos, eu estaria mentindo ou simplesmente não estaria sendo eu mesmo.

Por isso, resumindo tudo o que eu escrevi até agora...

A verdade, sobre o que tenho por ti, é simples assim:

Te amo... E sempre irei te amar. Pois, tu és o que há de mais importante para mim.

De teu eterno marido, que te ama e te admira,
 
Marcos Emílio Ekman Faber
www.historialivre.com
marfaber@hotmail.com