sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Fim de ano, retrospectivas e natal

É fim de ano. Véspera de natal. As lojas estão cheias. O comércio faturando. Pessoas correndo, algumas sorrindo, outras de cara feia. Todo final de ano é assim.

Na televisão, no rádio e na internet multiplicam-se as retrospectivas do ano. É tempo de balancete. Pesar o que foi bom e o que foi mau. O que necessita ser mantido e o que precisa ser mudado. Todo ano termina assim.

No meu entendimento, 2010 foi um ano muito bom.

Na minha retrospectiva pessoal, tenho meus próprios destaques.

Na política destaco, além é claro da eleição de Dilma, o renascimento do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul. A vitória de Tarso Genro ao governo do Estado, representou a volta do PT ao cenário político gaúcho. Confesso que quando o PT perdeu o governo do RS em 2002 e a prefeitura de Porto Alegre em 2004, pensei que o partido estivesse condenado no Estado. Mas 2010 mostrou-me o contrário. Acredito que desta vez a relação do governo petista com a mídia será diferente do governo Olívio Dutra (1999-2002), onde existiu um conflito entre o governo estadual e a opinião pública. Afinal, Tarso é um conciliador.

Já no cinema, algo que aprecio muito, me marcou o filme Avatar (EUA, 2009), apesar de não ser fã de filmes de ficção científica, gostei muito do que vi. Avatar é um filme que faz refletir sobre o que estamos fazendo com nosso planeta, especialmente nos faz refletir sobre os motivos de estarmos destruindo nosso planeta. Outra coisa importante de Avatar foi assisti-lo em 3D, uma experiência fantástica. Acredito que os filmes de entretenimento nunca mais serão os mesmos após Avatar.

No futebol, foi marcante a Copa do Mundo da África do Sul, apesar da derrota brasileira e das vuvuzelas, foi muito bom ver seleções como a Espanha (campeã) e Holanda (vice-campeã) apresentarem um futebol de excelente qualidade técnica e tática. Outro destaque importante no futebol foi a conquista da Libertadores da América pelo meu Internacional, apesar da derrota do Mundial de Abu Dhabi, o ano foi maravilhoso para os colorados. Como colorado, espero um 2011 ainda mais vitorioso.

Por fim, é natal.

E natal não é consumismo, natal é Jesus Cristo. O Christmas Day, o dia de Cristo. Pois há mais de dois mil anos atrás, Jesus, o filho do Deus vivo, veio a Terra trazer uma mensagem de libertação.

Jesus foi um libertador.

Jesus é o libertador que abriu mão de Sua glória para se fazer homem e estar entre nós. Por amor, Jesus nasceu, morreu e ressuscitou. Portanto, este deve ser o sentido de nossa celebração natalina.

Não faz mal trocarmos presentes, o que faz mal é esquecermos o verdadeiro sentido de estarmos celebrando o natal, ou seja, celebrando o nascimento de Jesus e, assim, celebrando Sua mensagem, uma mensagem de libertação, amor e tolerância. Este deve ser o natal que celebramos e que não termina no dia seguinte, mas deve estar presente em todos os nossos dias.

Volto em fevereiro. Bom natal a todos e um próspero 2011.

Marcos Faber

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Rollerball, Globalização e Mundial de Clubes da FIFA

Rollerball (EUA, 1975) é um clássico do cinema. O filme, uma ficção científica, se passa em 2018, um futuro hoje não tão distante, onde o mundo é controlado por grandes corporações transnacionais. Na verdade, no filme, o planeta não tem mais fronteiras nacionais. A cultura é massificada e globalizada. As corporações controlam tudo. A participação estatal é mínima.

As grandes empresas controlam a distribuição de alimentos, as matérias primas, os combustíveis e até mesmo os esportes.

Controlam o “pão e circo” dos antigos romanos.

No filme, o “circo” é representado por um esporte extremamente violento, o Rollerball. Esporte que é um misto de hockey, rugby, wrestling e luta de gladiadores. Disputado em todo o mundo, o esporte é muito popular, assim como seus principais jogadores.

Como não poderia ser diferente, apesar das diferenças étnicas, a cultura popular esta massificada. O Rollerball é praticado em todo o mundo. Portanto os campeonatos são mundiais. Assim, o principal time de Rollerball, o Houston (cidade do Texas) também possui os principais jogadores, em especial, o maior de todos, Jonathan E (brilhantemente interpretado por James Caan).

Como em Rollerball, a FIFA criou, em 2005, o FIFA Club Word Cup, no Brasil conhecido como Campeonato Mundial de Clubes da FIFA, este campeonato tendo como participantes os campeões de todos os continentes do planeta, que no sistema de jogos eliminatórios, se enfrentam até a final, quando é sagrado o campeão do mundo de clubes.

Inicialmente este campeonato foi muito criticado, pois clubes de pouca ou nenhuma expressão faziam parte dele, especialmente clubes da Oceania, África e Ásia. Porém, este campeonato tem crescido a cada edição. As partidas lembram os jogos do Rollerball onde equipes “exóticas” do mundo inteiro se enfrentavam em busca do título mundial.

A partida entre Houston e Madrid e, principalmente entre os texanos e o time de Tóquio, demonstram que a cultura global é a mesma. Nos Estados Unidos, na Espanha ou no Japão as pessoas apreciam as mesmas coisas, curtem os mesmos esportes e idolatram os mesmos ícones, no caso Jonathan E.

Porém, quanto mais avança o filme, mais claro fica que as grandes corporações não estão preocupadas com o bem estar da população e muito menos de seus funcionários. O esporte sofre constantes mudanças de regras para atenderem as exigências dos patrocinadores e para aumentarem os índices de audiência.

Jonathan E, percebendo que as coisas não estão indo bem. Passa a questionar as mudanças de regras.

Em sua jornada, descobre que, na verdade, sua popularidade esta atrapalhando os interesses das grandes empresas para o Rollerball. Quando Jonathan expõe as falcatruas envolvendo o esporte, os mandatários do Rollerball tentam calá-lo.

Sabemos que muito de podre existe do reino da FIFA, porém ainda falta um Jonathan E para lançar luz nesta escuridão.

Mas voltando ao Mundial de Clubes, mesmo que este evento ainda necessite de ajustes é nele que as mais variadas culturas futebolísticas se enfrentam, algo que na Copa do Mundo de seleções já não acontece há muito tempo, pois as grandes estrelas do futebol mundial, sejam de quais países forem, jogam em clubes europeus, estando adaptados à cultura futebolística deste continente.

Já no Mundial de Clubes a situação é distinta, pois nele ainda podemos apreciar as escolas africanas, asiáticas e sul-americanas em sua mais perfeita manifestação.

Mas até quando a inocência e pureza das diferentes culturas futebolísticas estarão intactas não sabemos, mas o Mundial de Clubes é o evento onde elas melhor se manifestam.

Marcos Faber
http://www.historialivre.com/
marfaber@hotmail.com